
por Luís César Padilha
Escudos é um poema que compõe o meu livreto Luvas na sua página sete (número que povoa minhas poucas superstições). Surgiu em uma fase de esperanças e dúvidas, no meio dos estudos pré-vestibulares e das inseguranças que o capitalismo traz a essa etapa. A fase também era de elevação de auto-estima nas relações humanas e de busca por uma beleza, a fim de realizar as mais instintivas vontades e as mais emotivas.
Não havia lido tanto Sartre, nem Shakespeare, li A peste de Camus, mas alimentava meu desejo de auto-entendimento. O meio contrariava qualquer perspectiva de religiosidade pura, visto que o acesso ao capital exige individualismo. Nesse tempo, eu tinha um pensamento (e tenho) bastante cruel em relação à humanidade: "o que o dinheiro não compra improvisa".
Partindo desse lampejo filosófico, no poema Escudos eu falo de amor. Inicialmente, o supremo bem, incomensurável por certezas ou por pecúnia, é alvo de sutis mudanças em seus conceitos. Reflito sobre o peso dos sobrenomes (o título é uma referência aos brasões de famílias nobres) nas diversas escolhas, principalmente nas amorosas, refletindo o rancor diante de pequenas perspectivas, da seleção da sinceridade.
E a igualdade, que em minhas leituras políticas e religiosas é o grande objetivo a ser alcançado pela humanidade, só se enxerga na dor.
Escudos
Parto
Limite é o quarto
Um dia cresço
E aprendo o terço
Rosto
Exposto ao gosto
O gosto é o preço
E o endereço
Salto
Do farto fato
De ter apreço
Se não mereço
Escuro
Contínuo muro
Quando enalteço
O que já esqueço
Corpo
Mediante ao morto
O corpo é o gesso
E o recomeço
.
Escudos é um poema que compõe o meu livreto Luvas na sua página sete (número que povoa minhas poucas superstições). Surgiu em uma fase de esperanças e dúvidas, no meio dos estudos pré-vestibulares e das inseguranças que o capitalismo traz a essa etapa. A fase também era de elevação de auto-estima nas relações humanas e de busca por uma beleza, a fim de realizar as mais instintivas vontades e as mais emotivas.
Não havia lido tanto Sartre, nem Shakespeare, li A peste de Camus, mas alimentava meu desejo de auto-entendimento. O meio contrariava qualquer perspectiva de religiosidade pura, visto que o acesso ao capital exige individualismo. Nesse tempo, eu tinha um pensamento (e tenho) bastante cruel em relação à humanidade: "o que o dinheiro não compra improvisa".
Partindo desse lampejo filosófico, no poema Escudos eu falo de amor. Inicialmente, o supremo bem, incomensurável por certezas ou por pecúnia, é alvo de sutis mudanças em seus conceitos. Reflito sobre o peso dos sobrenomes (o título é uma referência aos brasões de famílias nobres) nas diversas escolhas, principalmente nas amorosas, refletindo o rancor diante de pequenas perspectivas, da seleção da sinceridade.
E a igualdade, que em minhas leituras políticas e religiosas é o grande objetivo a ser alcançado pela humanidade, só se enxerga na dor.
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Escudos
Parto
Limite é o quarto
Um dia cresço
E aprendo o terço
Rosto
Exposto ao gosto
O gosto é o preço
E o endereço
Salto
Do farto fato
De ter apreço
Se não mereço
Escuro
Contínuo muro
Quando enalteço
O que já esqueço
Corpo
Mediante ao morto
O corpo é o gesso
E o recomeço
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