Quer dos sonhos utopia Quer do ócio um ofício Quer do vício alegria
Do amor quer abundância Da liberdade quer estrada Responsabilidade quer distância Você quer o mundo em ti Quer muito conhecer gente Quer fingir-se de contente Mas de nada quer sorrir
Do todo quer superficial Quer poesia visual Mas não quer reconstruir
Dos escombros que ficaram não se faz nenhum reparo quer do rio ir ao mar seu caminho quer seguir.
Ando sozinho... Sempre andei sozinho, por mais que estivesse com alguém Vou com meus tristes olhos baixos, arrastando também meus chinelos
no meu coração cresce o desejo de não ser,
tudo que sufoco aqui dentro me causa aflição.
Nenhuma esperança que eu possa ter... Sobrevive nessa nevoa desafeto.
Eu sempre serei sozinho, não permito que ninguém habite em mim. Sóbrio, sofro o meu vazio, com meu sombrio olhar, assim...
Vivo longe das multidões Psique que leva o vento no ar A vida me tortura com tiros de canhões Nunca aprendi mas vivo a amar.
imagem por Silvério Santos em: http://olhares.aeiou.pt/o_inverno_esta_a_chegar_foto1647862.html
Não luzem cometas, meteoritos, estrelas... lua... sol... e a trilha tem armadilhas. A matilha espreita. Os leões avançam. E quanto há de crueldade a transformar a cena. Sem as cores, não se vê o corpo sendo transformado, a lágrima ajudando as clemências, as sombras, os rubros. Apenas sons daqui e ali tentam garantir que a verdade ensine o agir. E não garantem. E não ensinam. Quantas palavras convencerão? Não é brincadeira. Tudo o que se sente é puro, verdadeiro. Não há artifícios. Sem cometas, meteoritos... estrelas... lua... sol... não pode ser visto.
Quando somos crianças, exercitamos nosso hábito questionador, alimentamos um bichinho dentro de nós que é insaciável chamado curiosidade. Com o passar dos anos, vamos ganhando capacidade de responder perguntas com maior rigor, mas vamos perdendo a capacidade de fazer perguntas, e o bicho da curiosidade geralmente, quando não morre de fome, é subnutrido com ração de conformismos.
Heinrich Olbers, um astrônomo alemão do século XIX, entrou para a história da astronomia com uma pergunta de criança... Por que, à noite, o céu é escuro? Naquela época pensava-se em um universo estático e com infinitas estrelas distribuídas uniformemente sobre o cosmos.
Então a questão é:
A luz apresenta a característica de que cada vez que a distância entre uma fonte de luz e o observador aumenta um certo valor, a intensidade da luz diminui com o quadrado desse valor que a distância aumentou. Também podemos imaginar que se uma camada de estrelas (como uma casca de cebola) situadas a uma determinada distância da terra, o número de estrelas dessa “casca” deveria ser proporcional à área superficial de uma esfera, cujo raio seria a distância entre a terra e esse conjunto de estrelas. Estes dois efeitos se compensariam, o que resultaria em um céu totalmente coberto por estrelas. Ou seja a quantidade de luz que deveria chegar à Terra seria tanto proporcional ao quadrado da distância entre a terra e as estrelas, fontes dessa luz, como inversamente proporcional ao quadrado dessa mesma distância. E, assim, para um universo infinito, o céu seria infinitamente brilhante."
Desde que essa questão foi colocada, ela ocupa os devaneios de astrônomos e filósofos, poetas, curiosos etc. Mas a solução do paradoxo de Olbers, bem como a resposta para alguns outros questionamentos cosmológicos, foi dada pela teoria do BIG BANG. Nesse caso especificamente existem duas questões que devem ser consideradas, a primeira é que o universo tem uma idade limitada, ou seja só a luz de uma quantidade limitada de estrelas teve tempo de nos alcançar, a outra questão é que o universo está em expansão o que promove efeito Doppler na luz (característica observada quando ondas emitidas ou por um objeto que está em movimento com elação ao observador), o que diminuiria seu brilho.