sábado, 15 de outubro de 2011

Pedras e palavras


Luís César Padilha


Os ruídos ainda são os mesmos do naufrágio da dor nas lágrimas. As pedras atiradas no teto eram guiadas pelos exércitos de homens desapontados e silenciosos, que expulsavam suas insatisfações, como se fosse uma explosão de agonias. O silêncio arrenegou o orgulho. As insatisfações adentraram nas casas. A explosão atingiu inocentes que, com suas novas agonias, transformaram pedras em palavras. Pedras não são armas e sucumbiram à pólvora do exército de homens tolos. Os homens tolos não entendem palavras, nem pedras, e são manobrados contra eles mesmos. Os desapontados são novamente silenciados, até que as pedras sejam de pólvora e os tetos virem escombros.

.

Nenhum comentário: