
por Luís César Padilha
Não vi apagar a luz que se acendeu para um dia. Flores e frutos em desordem com as cortinas do ocaso. A água se resumira em nuvens e os galhos desnutridos adormeciam entre pedras. Os pés carregaram a poeira. A sirene interrompeu o sonho.
As desestruturas não são abaladas pelas matrizes enferrujadas. Entre meus eus se vão histórias. Entre o passado e o futuro, encontro-me comigo em mais um eu. Não se impedem os desencontros. Não se afloram reencontros. As estruturas são novas.
Dentre as cotas da orbe, os reis querem a cidade. Dentre as angústias das flores, os reis querem a beleza. Dentre as fraquezas humanas, os reis querem riqueza. Dentre todas as coisas, os reis querem felicidade. Sei, sem ser rei, que a felicidade sorri.
O amargo não fere. A imponência do dia-a-dia é uma exigência do futuro. E o novo parece velho.
As trilhas são o distanciamento da sirene. Os sonhos não serão interrompidos.
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