quarta-feira, 29 de junho de 2011

Não tenho





Luís César Padilha


Como me defender do que não conheço? Foi o que seu pensamento perguntou à sua razão. Não há porque convidar a culpa para integrar seus instantes. Ele é a culpa. Ela destoa no baile. E qual a direção incerta, qual improviso correto? Quanto dele se esvai quando não responde a si? Ele cai, ela sai. É a solidão camuflada que a saudade rejeita. É a vibração de caos estendida no pesar. Quero apostar na felicidade, enquanto as cinzas não estiverem sob o tapete. Ele e ela se compensam. O destino cobra as multas. As vidas tecidas no amanhã recriminam as novas danças, porque ela destoa no baile. Ele é a culpa.


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