segunda-feira, 23 de julho de 2012

De quem é a culpa?


Por Marcelo Souza
 
Em geral, o grande problema dos partidos políticos envolvidos nos movimentos sociais é que ocorre uma disputa de poder, na qual, o partido busca ganhar espaço para impor suas políticas. Quando isso ocorre o foco do movimento sai das bandeiras históricas da classe trabalhadora e passa para o benefício do partido ou o impacto nas eleições.

É lamentável que a greve dos professores do estado da Bahia tenha chegado tão longe, é triste que seja necessário fazer mais de 100 dias de greve para ser ouvido pelo governo, quando suas reivindicações não passam de exigir que seus direitos sejam respeitados. Mas isso é o estado, você é obrigado a cumprir suas obrigações e têm a todo momento seus direitos tolhidos.

É obvio que o governo do PT sabe da legitimidade da greve. Eles não são tão ingênuos de acreditar que todo esse movimento seja uma mera manipulação da direita. Contudo ficam repetindo esse discurso na expectativa de tentar justificar o injustificável

A postura autoritária do governo prejudica e muito o povo, inclusive os próprios correligionários, pois debilita a imagem do partido em lugares onde o PT ainda representa de fato uma alternativa para os trabalhadores. Então, se esses lugares existem, se ainda existe um alguém com vergonha na cara nesse partido, alguém com os ideais do PT dos anos 80 por aí, saibam que vocês estão sendo prejudicados pela postura inflexível e opressora do governador.

É claro que a oposição ao governo do PT tenta fazer uso do movimento para obter vantagens eleitorais, mas para evitar isso o governador da Bahia deveria ter mais habilidade política, sentar e negociar com os professores há muito tempo. Se Wagner tivesse essa competência, a greve não passaria de duas semanas. Sendo assim a culpa das crianças e jovens estarem fora das salas de aula é sim do governo. E se o desgaste político que essa lástima de mandato do PT vem tendo frente a mobilizações de diversas categorias implicar em derrota nas urnas, problema deles, todos eles são no fundo da direita mesmo. Triste é que não existam opções, e mais triste é ver que os antigos companheiros de luta preferem pensar dogmaticamente que o partido é a luz, a verdade e a vida, seja qual for a postura do partido.

A greve vai acabar, mais cedo ou mais tarde, mas a mobilização contra as posturas de desrespeito do governo tem que continuar, nas ruas nas salas de aula. Não finjam que nada está acontecendo.
Aos professores, reverência.
Aos estudantes, força.
Ao governo falo em “bahianês”: PAGUE A PORRA DO PISO!

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Um comentário:

Junior disse...

COMBATER NAS URNAS