quinta-feira, 13 de maio de 2010

Poranduba desidratada


Luís César Padilha

Os rios refrescam a respiração e confortam lavouras. Garantem a umidade necessária para vida em quilômetros alcançáveis. Eu rio antes do assoreamento.

A insistência das chuvas obrigam faxina na orla. Fecundando corrente, arrasta o lixo, para que o sol posterior brilhe em terra nova. Eu rio antes do assoreamento.

As árvores não estão mais próximas e e o leito fica incerto. O rio não dorme sossegado sem sombra e, cansado, é mutilado em riacho, em córrego

O rio tenta se impor sobre a areia. O rio, que vence pedras, sucumbe à lama e vai dessignificando as pontes. Humanos respiram seco.

Rios de lágrimas são poças.

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